Foto da palavra change (mudança, em inglês) em neon em uma parede.

O que é a Teoria da Mudança e como colocá-la em prática

O que é a Teoria da Mudança e como colocá-la em prática

Você já se perguntou como poderia tornar tangível o seu impacto socioambiental? A Teoria da Mudança pode ser a solução ideal. Independentemente de você ser um negócio de impacto ou alguma organização que possua projetos sociais e ambientais, vale a pena conhecer essa metodologia mais a fundo.

O que é a Teoria da Mudança?

De acordo com a NPC, instituição de apoio às organizações de filantropia referência no Reino Unido, a Teoria da Mudança é um modo das organizações filantrópicas refletirem e descreverem o que elas pretendem alcançar e como. Em outras palavras, é uma metodologia simples, visual e prática, que busca determinar de forma colaborativa as ações necessárias para se atingir o impacto final esperado.

Inclusive, esse impacto serve como ponto de partida do seu planejamento. A partir dele você começa a traçar o caminho “de trás para frente”, para entender quais as iniciativas necessárias para alcançar seu objetivo. 

Ela não é um modelo engessado. Então, lembre-se que você sempre pode (e deve) revisitar seu planejamento para redefinir aspectos que já não façam mais sentido, além de quais são as pequenas metas que você quer atingir ao longo do desenvolvimento do seu projeto.

Como ela foi criada?

Esse termo foi introduzido pela primeira vez em 1995 por Carol Weiss, acadêmica estadunidense de educação e análise de políticas. O conceito começou a surgir em debates organizados pelo Aspen Institute, o que depois deu origem ao fórum de discussão Roundtables on Community Change. A Teoria da Mudança foi criada como uma tentativa de responder a três perguntas importantes no cenário de políticas públicas e iniciativas sociais:

  • Por que é tão difícil entender as premissas sobre as quais as mudanças sociais estão apoiadas? Será que elas estão mal articuladas?
  • Por que as fases que antecedem os resultados finais de um projeto, que mostram como ele se desdobra na prática nas comunidades, são tão pouco evidentes?
  • Por que os stakeholders normalmente desconhecem o processo e os desdobramentos dos projetos com os quais se relacionam?

A importância da Teoria da Mudança para os negócios de impacto

Existem inúmeras vantagens em adotar a Teoria da Mudança para a sua organização, principalmente quando se trata de ser mais consciente sobre seu próprio negócio. Em primeiro lugar, você conseguirá identificar quais são os aspectos essenciais para que seja capaz de atingir seus objetivos de impacto. A partir disso, vamos elencar algumas outras vantagens:

  • Deixar visível quais mudanças você vai introduzir para resolver seu problema-foco e porquê, por meio de um esquema sistêmico e criativo que esteja disponível para os profissionais envolvidos no projeto, para o público-alvo e os investidores;
  • Saber quais atividades priorizar dentro da sua organização como um todo;
  • Envolver os stakeholders no planejamento e execução, de forma a gerar valor compartilhado;
  • Incentivar um olhar mais qualificado e responsável sobre suas iniciativas e projetos.

Em resumo, a metodologia da Teoria da Mudança ajuda no planejamento, monitoramento e avaliação do seu projeto de impacto. Desta maneira, você consegue mensurar e saber de fato se está gerando o impacto que almeja.

Como colocar a Teoria da Mudança em prática

Normalmente a Teoria da Mudança pode ser organizada em um planejamento que consiste em dez passos. Vamos explicá-los a seguir:

1. Definir o problema

O primeiro passo é aprender a fundo sobre o problema que você está se propondo a resolver. Você deve saber quais são suas causas, quem é impactado por ele e porque não foi solucionado ainda. A partir disso, entenda o que a sua organização pode oferecer para resolvê-lo.

2. Definir o público-alvo

É essencial que você saiba quem você quer ajudar ou influenciar diretamente. Desenhe seu público-alvo, apontando suas principais características objetivas e demográficas, como idade, localização e classe social. Em seguida, não deixe de mapear suas características comportamentais, como principais hábitos, preferências e atitudes mais marcantes. Vale ressaltar que é possível possuir mais de um público-alvo.

3. Definir o impacto

Defina qual é a mudança a longo prazo que você quer ver posta em prática a partir do seu projeto. Deve ser algo sustentável, mensurável e significativo. Uma dica para esta etapa é envolver seu público-alvo nesta decisão. Afinal, é ele quem mais será afetado pelas consequências do seu projeto.

4. Definir resultados

É preciso que você entenda que os resultados são aqueles que se apresentam antes do impacto. Então pense no que você gostaria que seu público-alvo ganhasse no curto prazo. Podem ser ativos materiais, novos comportamentos, mais conhecimento, e por aí vai.

5. Definir atividades

A partir dos resultados que você definiu é hora de pensar nas ações que precisam ser feitas para que eles sejam atingidos. Não se esqueça de esclarecer o que será feito, quem é o responsável por cada atividade, e até quando ela precisa ser finalizada.

6. Definir os mecanismos de mudança

Esse é o momento de avaliar se suas atividades estão causando o efeito desejado. Uma boa estratégia é pensar no que você gostaria que o seu público-alvo estivesse pensando, o que estivesse fazendo e como estivesse se sentindo após a implementação das suas iniciativas.

7. Definir o sequenciamento

Em outras palavras, nesta etapa você deve montar um cronograma das suas atividades. Em que ordem elas precisam acontecer para que os resultados e o impacto final sejam alcançados? O ideal é mapear de 2 a 3 etapas principais para a execução do seu projeto.

8. Elaborar o diagrama da Teoria da Mudança

Com a maioria das informações já em mãos, é essencial que você monte um diagrama ou tabela para centralizar tudo isso de maneira acessível a todos os envolvidos. Possuir esse esquema visual em mãos é muito benéfico para a execução e comunicação do projeto, além de possibilitar uma reflexão mais aprofundada sobre a mudança que você está buscando.

9. Definir stakeholders e fatores facilitadores

É preciso entender como o ambiente externo e os fatores fora do seu controle podem afetar seu projeto. Determine se você precisará de pessoas ou entidades externas para determinadas etapas do seu processo e quais serão suas responsabilidades. Uma boa dica para avaliar os efeitos do ambiente externo é a matriz SWOT, principalmente nos quesitos de oportunidades e desafios relacionados ao contexto macro.

10. Definir os pressupostos

De forma resumida, avaliar quais os pontos frágeis da sua proposta de Teoria da Mudança, principalmente em relação a atividades, processo, impacto e consequências não intencionais. O objetivo desta etapa é preparar seu negócio para possíveis desafios, e criar uma espécie de plano de contenção para que seu projeto tenha sucesso.

Os riscos de uma Teoria da Mudança mal planejada

A Teoria da Mudança pode ser uma ótima ferramenta para gerenciar seu projeto ou negócio de impacto, mas ela exige muita honestidade por parte da sua organização no momento de montar o planejamento. Caso ela não seja levada a sério, pode acabar com perspectivas irrealistas e não ser capaz de criar um impacto sustentável a longo prazo. Isso, por sua vez, pode gerar muitas frustrações por parte de sua equipe pela falta de atingimento de resultados, e colaboradores desengajados que não entendem seu propósito.

Ainda, você poderá enfrentar dificuldades na execução de atividades, por conta da falta de clareza do processo e de responsabilidades individuais, o que leva sua equipe a trabalhar abaixo do seu nível de produtividade ideal. Por fim, sua comunicação e posicionamento podem se tornar confusos, tanto para o seu público interno, quanto para stakeholders externos.

Se você se interessou em aplicar a Teoria da Mudança no seu negócio ou projeto mas não sente segurança em realizar esse planejamento sozinho, não se preocupe, o Yiesia pode te ajudar nesse processo. Entre em contato conosco pelo site para saber mais sobre nossa consultoria!

Gostou desse conteúdo? Compartilhe!
Tags: No tags

Add a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked*